Ao andar entre os prédios da Rua Primeiro de Março, no Centro, muita gente nem se dá conta de que a cidade nasceu ali. Em uma simples caminhada, é possível conferir o cenário de vários episódios importantes da história do Brasil: é como ter o seu livro dos tempos da escola ilustrado ao vivo e em cores!
Rua Primeiro de Março no Rio de Janeiro: este ponto de interesse é um dos destaques no artigo As 10 ruas mais populares do Rio de Janeiro. Confira todas as informações sobre Rio de Janeiro aqui.
Até 1640, a rua era conhecida como Praia da Cidade. Antes do aterramento, o mar chegava até ali e até existem histórias de uma baleia que ficou encalhada no local, para o desespero dos moradores. A via então ganhou o nome de Rua Direita e recebeu vários prédios importantes no século XVII, como a Casa dos Contos, que fiscalizava as despesas da colônia, e a Casa dos Governadores. Na Rua Direita também ficava a Cadeia Velha, onde Tiradentes ficou preso por três anos até ser enforcado como traidor da Coroa, em 1792.
Mas os anos dourados da Rua Direita começaram mesmo com a vinda da família real em 1808. A Casa dos Governadores virou o Paço Real e o comércio da região ficou mais chique para atender à corte. A rua viveu o seu grande dia de glória em 1818, com a aclamação de D. João VI como rei de Portugal, na Capela Real da Igreja de Nossa Senhora do Carmo. D. Pedro I e II também foram coroados ali.
A rua só trocou de nome em 1870, com a notícia de que a Guerra do Paraguai tinha finalmente chegado ao fim. A batalha final de Aquidabã aconteceu no dia Primeiro de Março.
D. João VI também abriu a primeira instituição financeira do país: o Banco do Brasil. Você pode conferir uma parte dessa história e exposições culturais no Centro Cultural Banco do Brasil. O prédio, construído em 1906, conta com cinema, teatros, auditório e uma biblioteca com mais 125 mil volumes. Uma das partes mais legais da visita é ver como funcionava a sede do Banco do Brasil nos anos 60, com destaque para o pneumático, uma rede de tubos subterrâneos com sistema de ar comprido para transportar documentos a outros prédios. Para completar, tome um cafezinho na Confeitaria Colombo.
Outro prédio histórico imperdível é o Palácio Tiradentes, onde funciona a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro. A Cadeia Velha que ficava no local foi demolida em 1922 para dar lugar a um edifício inspirado no Grand Palais de Paris. Você pode conferir a exposição permanente “Palácio Tiradentes: Lugar de Memória do Parlamento Brasileiro” e também admirar os salões decorados e os seus objetos de arte. Os destaques são uma estátua de bronze de Tiradentes e a cúpula com os vitrais azuis.
A Igreja de Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé começou com uma capelinha ainda à beira-mar, mas a construção que pode ser visitada hoje data de 1761. A igreja foi transformada em Capela Real por D. João VI para a sua coroação e também foi palco de outros eventos da família imperial, como o casamento de D. Pedro I com Dona Leopoldina e o da Princesa Isabel com o Conde D’Eu. Vale a pena conferir o interior iluminado pela talha dourada em estilo rococó
Ao lado fica a Igreja da Ordem Terceira do Carmo, que data de 1770 e é a única do Rio com fachada de pedra. Não deixe de visitar o interior também em talha dourada, com destaque para a Capela do Noviciado e a sua decoração entalhada por Mestre Valentim, um dos principais artistas do Brasil colonial. Não se esqueça de tirar uma foto do portal esculpido em mármore à entrada, que ostenta um medalhão com a Virgem do Carmo e o menino Jesus.
Localização: Centro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
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